domingo, 9 de março de 2014

Mensagem Dia Internacional da Mulher

Nota da CNBB pelo Dia Internacional da Mulher

Leia, abaixo, nota da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) por ocasião do Dia Internacional da Mulher,  celebrado hoje, 8 de março.

NOTA DA CNBB PELO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

1. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, saúda todas as mulheres por ocasião do Dia Internacional da Mulher – 8 de março. Agradecemos as mulheres que por sua vocação e missão lutam pela superação de todo tipo de violência e possibilitam a construção de uma cultura de paz no ambiente familiar e social.

2. Reconhecemos a enriquecedora atuação das mulheres na sociedade e, especialmente, na vida e missão da Igreja. Partilham responsabilidades pastorais com um estilo e dinâmicas próprias, expressas na solicitude e no cuidado para com as pessoas nos diferentes serviços e ministérios. Contudo, sabemos que ainda é necessário ampliar os espaços para uma presença feminina mais incisiva na Igreja e em outros lugares onde se tomam decisões importantes (Cf. EG 103).

3. No ano em que a CNBB propõe como tema da Campanha da Fraternidade o Tráfico Humano, merece a nossa atenção o fato de muitas mulheres serem vítimas deste crime, especialmente no que tange a exploração sexual. A invisibilidade desta prática abominável se acentua pelo fato das vítimas serem de famílias pobres, o que reforça a constatação da vulnerabilidade social da mulher no Brasil. Diante desta realidade, a Igreja é chamada a ter uma atitude de escuta e acolhida, à semelhança da atitude de Jesus diante dos apelos da mulher cananeia (Cf. Mt 15,28).

4. Preocupa-nos o ambiente ainda adverso para as mulheres na sociedade. É alarmante o número de mulheres mortas de forma violenta, alcançando neste momento histórico o mais alto índice. São vítimas de agressões, principalmente por causa de conflitos de gênero.

5. Não podemos esquecer o crescente número de mulheres que são arrimo de família. Quase 40% dos lares brasileiros têm a mulher como referência. Elas, na maioria das vezes, foram abandonadas pelos maridos ficando com filhos e familiares doentes ou idosos com a responsabilidade de cuidá-los, recebendo, um salário inferior ao dos homens e vivendo em condições insalubres.

6. Desejamos que, no cuidado da vida e no exercício da caridade e da cidadania, as mulheres continuem sendo testemunho de perseverança pelos caminhos que conduzem à dignidade, à liberdade, à justiça e à paz.

7. Nossa Senhora Aparecida, Mãe de Jesus e nossa, modelo de mulher, esposa e trabalhadora, ilumine e proteja às mulheres de nosso país.

Brasília, 08 de março de 2014

Raymundo Damasceno Assis
Cardeal Arcebispo de Aparecida – SP
Presidente da CNBB

Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís - MA
Vice-presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo-Auxiliar de Brasília – DF
Secretário-Geral da CNB

Jovens rezam terço pelas famílias


Exibindo convite oficial terço dos jovens.png

quinta-feira, 6 de março de 2014

Papa Francisco envia mensagem para a Campanha da Fraternidade 2014

1papa catequese misericordiaPor ocasião da abertura da Campanha da Fraternidade 2014, que aborda o tema "Fraternidade e Tráfico Humano" e o lema "É para a liberdade que Cristo nos libertou",  o papa Francisco enviou mensagem aos bispos da CNBB e  a todos os fiéis das dioceses, paróquias e comunidades do Brasil. No texto, o papa afirma que o tráfico de pessoas é uma “uma chaga social”.
“Não é possível ficar impassível, sabendo que existem seres humanos tratados como mercadoria! Pense-se em adoções de criança para remoção de órgãos, em mulheres enganadas e obrigadas a prostituir-se, em trabalhadores explorados, sem direitos nem voz, etc. Isso é tráfico humano!”, destacou Francisco. 
Ao final da mensagem, Francisco concedeu bênção apostólica a todos os brasileiros desejando uma Quaresma de vida nova em Cristo.
Confira a íntegra da mensagem:


Queridos brasileiros,
Sempre lembrado do coração grande e da acolhida calorosa com que me estenderam os braços na visita de fins de julho passado, peço agora licença para ser companheiro em seu caminho quaresmal, que se inicia no dia 5 de março, falando-lhes da Campanha da Fraternidade que lhes recordo a vitória da Páscoa: <<É para a liberdade que Cristo nos libertou>> (Gal 5,1). Com a sua Paixão, Morte e Ressurreição, Jesus Cristo libertou a humanidade das amarras da morte e do pecado. Durante os próximos quarenta dias, procuraremos conscientizar-nos mais e mais da misericórdia infinita que Deus usou para conosco e logo nos pediu para fazê-la transbordar para os outros, sobretudo aqueles que mais sofrem: <<Estás livre! Vai e ajuda os teus irmãos a serem livres!>>. Neste sentido, visando mobilizar os cristãos e pessoas de boa vontade da sociedade brasileira para uma chaga social qual é o tráfico de seres humanos, os nossos irmãos bispos do Brasil lhes propõe este ano o tema “Fraternidade e Tráfico Humano”.
Não é possível ficar impassível, sabendo que existem seres humanos tratados como mercadoria! Pense-se em adoções de criança para remoção de órgãos, em mulheres enganadas e obrigadas a prostituir-se, em trabalhadores explorados, sem direitos nem voz, etc. Isso é tráfico humano! <<A este nível, há necessidade de um profundo exame de consciência: de fato, quantas vezes toleramos que um ser humano seja considerado como um objeto, exposto para vender um produto ou para satisfazer desejos imorais? A pessoa humana não se deveria vender e comprar como uma mercadoria. Quem a usa e explora, mesmo indiretamente, torna-se cúmplice desta prepotência>> (Discurso aos novos Embaixadores, 12/XII/2013). Se, depois, descemos ao nível familiar e entramos em casa, quantas vezes aí reina a prepotência! Pais que escravizam os filhos, filhos que escravizam os pais; esposos que, esquecidos de seu chamado para o dom, se exploram como se fossem um produto descartável, que se usa e se joga fora; idosos sem lugar, crianças e adolescentes sem voz. Quantos ataques aos valores basilares do tecido familiar e da própria convivência social! Sim, há necessidade de um profundo exame de consciência. Como se pode anunciar a alegria da Páscoa, sem se solidarizar com aqueles cuja liberdade aqui na terra é negada?
Queridos brasileiros, tenhamos a certeza: Eu só ofendo a dignidade humana do outro, porque antes vendi a minha. A troco de quê? De poder, de fama, de bens materiais... E isso – pasmem! A troco da minha dignidade de filho e filha de Deus, resgatada a preço do sangue de Cristo na Cruz e garantida pelo Espírito Santo que clama dentro de nós:<< “Abbá, Pai!”>> (cf. Gal 4,6). A dignidade humana é igual em todo o ser humano: quando piso-a no outro, estou pisando a minha. Foi para a liberdade que Cristo nos libertou! No ano passado, quando estive junto de vocês afirmei que o povo brasileiro dava uma grande lição de solidariedade; certo disso, faço votos de que os cristãos e as pessoas de boa vontade possam comprometer-se para que mais nenhum homem ou mulher, jovem ou criança, seja vítima do tráfico humano! E a base mais eficaz para restabelecer a dignidade humana é anunciar o Evangelho de Cristo nos campos e nas cidades, pois Jesus quer derramar por todo o lado vida em abundância (cf. Evangelii gaudium, 75).
Com estes auspícios, invoco a proteção do Altíssimo sobre todos os brasileiros, para que a vida nova em Cristo lhes alcance, na mais perfeita liberdade dos filhos de Deus (cf. Rm 8, 21), despertando em cada coração sentimentos de ternura e compaixão por seu irmão e irmã necessitados de liberdade, enquanto de bom grado lhes envio uma propiciadora Bênção Apostólica.
Vaticano, 25 de fevereiro de 2014.
Francisco