Por Márcia Azzolini
A festa de Corpus Christi foi realizada na 5ª feira passada – 07.06, data oficial em que toda a Igreja a comemorou.
A
Paróquia Imaculado Coração de Maria, naquele dia, ofereceu à comunidade
Claretiana um momento de Adoração ao Santíssimo e duas Santas Missas,
celebradas nos horários das 10 e 19h.
Você conhece a história da solenidade de Corpus Christi?
No
final do século XIII surgiu em Liège, Bélgica, um Movimento
Eucarístico, cujo centro foi a Abadia de Cornillon, fundada em 1124 pelo
Bispo Albero de Liège. Este movimento deu origem a vários costumes
eucarísticos, como por exemplo, a Exposição e Bênção do Santíssimo
Sacramento, o uso dos sinos durante a elevação na Missa e a festa do
Corpus Christi.
Santa Juliana de Mont Cornillon, naquela época
priora da Abadia, foi a enviada de Deus para propiciar essa Festa. A
santa nasceu em Retines, perto de Liège, Bélgica, em 1193. Ficou órfã
muito pequena e foi educada pelas freiras Agostinas em Mont Cornillon.
Quando cresceu, fez sua profissão religiosa e mais tarde foi superiora
de sua comunidade. Morreu em cinco de abril de 1258, na casa das monjas
Cistercienses em Fosses e foi enterrada em Villiers.
Desde
jovem, Santa Juliana teve uma grande veneração ao Santíssimo Sacramento e
sempre esperava uma festa especial em sua honra. Esse desejo teria se
intensificado em decorrência de uma visão que teve da Igreja sob a
aparência de lua cheia com uma mancha negra, que significava a ausência
dessa solenidade.
Juliana comunicou essas aparições a Dom
Roberto de Thorete, o então bispo de Liège; também ao douto Dominico
Hugh, mais tarde cardeal legado dos Países Baixos, e Jacques Pantaleón,
nessa época arquidiácolo de Lieja; mais tarde, o Papa Urbano IV.
O
bispo Roberto ficou impressionado e, como nesse tempo os bispos tinham o
direito de ordenar festas para suas dioceses, invocou um sínodo em 1246
e ordenou que a celebração fosse feita no ano seguinte; ao mesmo tempo,
o Papa ordenou que um monge de nome João escrevesse o ofício para essa
ocasião. O decreto está preservado em Binterim (Denkwürdigkeiten, V.I.
276), junto com algumas partes do ofício.
Dom Roberto não
viveu para ver a realização de sua ordem, já que morreu em 16 de
outubro de 1246, mas a festa foi celebrada pela primeira vez no ano
seguinte, na quinta-feira posterior à festa da Santíssima Trindade. Mais
tarde, um bispo alemão conheceu o costume e o estendeu por toda a atual
Alemanha.
O Papa Urbano IV, naquela época, tinha a corte
em Orvieto, um pouco ao norte de Roma. Muito perto dessa localidade
está Bolsena, onde, em 1263 ou 1264, aconteceu o Milagre de Bolsena: um
sacerdote que celebrava a Santa Missa teve dúvidas de que a Consagração
fosse algo real. No momento de partir a Sagrada Forma, viu sair, dela,
sangue, o qual foi empapando o corporal. A venerada relíquia foi levada
em procissão a Orvieto em 19 de junho de 1264. Hoje se conservam os
corporais - onde se apóiam o cálice e a patena durante a Missa - em
Orvieto, e também se pode ver a pedra do altar em Bolsena, manchada de
sangue.
O Santo Padre, movido pelo prodígio e a petição
de vários bispos, faz com que se estenda a festa do Corpus Christi a
toda a Igreja por meio da bula "Transiturus" de oito de setembro do
mesmo ano, fixando-a para a quinta-feira depois da oitava de Pentecostes
e outorgando muitas indulgências a todos que assistirem a Santa Missa e
o ofício.
Em seguida, segundo alguns biógrafos, o Papa
Urbano IV encarregou um ofício - a liturgia das horas - a São
Boa-ventura e a Santo Tomás de Aquino. Quando o Pontífice começou a ler
em voz alta o ofício feito por Santo Tomás, São Boa-ventura foi rasgando
o seu em pedaços.
A morte do Papa Urbano IV, em dois de
outubro de 1264 - um pouco depois da publicação do decreto, prejudicou a
difusão da festa, mas o Papa Clemente V tomou o assunto em suas mãos e,
no concílio geral de Viena (1311), ordenou mais uma vez a adoção desta
festa. Em 1317 é promulgada uma recopilação de leis - por João XXII - e
assim a festa é estendida a toda a Igreja.
Nenhum
dos decretos fala da procissão com o Santíssimo como um aspecto da
celebração. Porém, estas procissões foram dotadas de indulgências pelos
Papas Martinho V e Eugênio IV, e se fizeram bastante comuns a partir do
século XIV.
A festa foi aceita em Cologne, em 1306; em Worms,
adotaram-na em 1315; em Strasburg, em 1316. Na Inglaterra, foi
introduzida da Bélgica entre 1320 e 1325. Nos Estados Unidos e nos
outros países a solenidade era celebrada no domingo depois do domingo da
Santíssima Trindade.
Na Igreja
grega a festa de Corpus Christi é conhecida nos calendários dos sírios,
armênios, coptos, melquitas e os rutínios da Galícia, Calábria e
Sicília.
Finalmente, o Concílio de Trento declara que
muito piedosa e religiosamente foi introduzido na Igreja de Deus o
costume, e que em todos os anos, em determinado dia festivo, seja
celebrado esse excelso e venerável sacramento com singular veneração e
solenidade, e reverente e honorificamente seja levado em procissão pelas
ruas e lugares públicos. Assim, os cristãos expressam sua gratidão e
memória por tão inefável e verdadeiramente divino benefício, pelo qual
se faz novamente presente a vitória e triunfo sobre a morte e
ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Texto extraído do site http://www.catequisar.com.br/texto/materia/celebracoes/christi/13.htm
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