terça-feira, 12 de junho de 2012

Festa de Corpus Christi

Por Márcia Azzolini

A festa de Corpus Christi foi realizada na 5ª feira passada – 07.06, data oficial em que toda a Igreja a comemorou.
A Paróquia Imaculado Coração de Maria, naquele dia, ofereceu à comunidade Claretiana um momento de Adoração ao Santíssimo e duas Santas Missas, celebradas nos horários das 10 e 19h. 

Você conhece a história da solenidade de Corpus Christi?
No final do século XIII surgiu em Liège, Bélgica, um Movimento Eucarístico, cujo centro foi a Abadia de Cornillon, fundada em 1124 pelo Bispo Albero de Liège. Este movimento deu origem a vários costumes eucarísticos, como por exemplo, a Exposição e Bênção do Santíssimo Sacramento, o uso dos sinos durante a elevação na Missa e a festa do Corpus Christi.
Santa Juliana de Mont Cornillon, naquela época priora da Abadia, foi a enviada de Deus para propiciar essa Festa. A santa nasceu em Retines, perto de Liège, Bélgica, em 1193. Ficou órfã muito pequena e foi educada pelas freiras Agostinas em Mont Cornillon. Quando cresceu, fez sua profissão religiosa e mais tarde foi superiora de sua comunidade. Morreu em cinco de abril de 1258, na casa das monjas Cistercienses em Fosses e foi enterrada em Villiers.
Desde jovem, Santa Juliana teve uma grande veneração ao Santíssimo Sacramento e sempre esperava uma festa especial em sua honra. Esse desejo teria se intensificado em decorrência de uma visão que teve da Igreja sob a aparência de lua cheia com uma mancha negra, que significava a ausência dessa solenidade.
Juliana comunicou essas aparições a Dom Roberto de Thorete, o então bispo de Liège; também ao douto Dominico Hugh, mais tarde cardeal legado dos Países Baixos, e Jacques Pantaleón, nessa época arquidiácolo de Lieja; mais tarde, o Papa Urbano IV.
O bispo Roberto ficou impressionado e, como nesse tempo os bispos tinham o direito de ordenar festas para suas dioceses, invocou um sínodo em 1246 e ordenou que a celebração fosse feita no ano seguinte; ao mesmo tempo, o Papa ordenou que um monge de nome João escrevesse o ofício para essa ocasião. O decreto está preservado em Binterim (Denkwürdigkeiten, V.I. 276), junto com algumas partes do ofício.
Dom Roberto não viveu para ver a realização de sua ordem, já que morreu em 16 de outubro de 1246, mas a festa foi celebrada pela primeira vez no ano seguinte, na quinta-feira posterior à festa da Santíssima Trindade. Mais tarde, um bispo alemão conheceu o costume e o estendeu por toda a atual Alemanha.
O Papa Urbano IV, naquela época, tinha a corte em Orvieto, um pouco ao norte de Roma. Muito perto dessa localidade está Bolsena, onde, em 1263 ou 1264, aconteceu o Milagre de Bolsena: um sacerdote que celebrava a Santa Missa teve dúvidas de que a Consagração fosse algo real. No momento de partir a Sagrada Forma, viu sair, dela, sangue, o qual foi empapando o corporal. A venerada relíquia foi levada em procissão a Orvieto em 19 de junho de 1264. Hoje se conservam os corporais - onde se apóiam o cálice e a patena durante a Missa - em Orvieto, e também se pode ver a pedra do altar em Bolsena, manchada de sangue.
O Santo Padre, movido pelo prodígio e a petição de vários bispos, faz com que se estenda a festa do Corpus Christi a toda a Igreja por meio da bula "Transiturus" de oito de setembro do mesmo ano, fixando-a para a quinta-feira depois da oitava de Pentecostes e outorgando muitas indulgências a todos que assistirem a Santa Missa e o ofício.
Em seguida, segundo alguns biógrafos, o Papa Urbano IV encarregou um ofício - a liturgia das horas - a São Boa-ventura e a Santo Tomás de Aquino. Quando o Pontífice começou a ler em voz alta o ofício feito por Santo Tomás, São Boa-ventura foi rasgando o seu em pedaços.
A morte do Papa Urbano IV, em dois de outubro de 1264 - um pouco depois da publicação do decreto, prejudicou a difusão da festa, mas o Papa Clemente V tomou o assunto em suas mãos e, no concílio geral de Viena (1311), ordenou mais uma vez a adoção desta festa. Em 1317 é promulgada uma recopilação de leis - por João XXII - e assim a festa é estendida a toda a Igreja. 

Nenhum dos decretos fala da procissão com o Santíssimo como um aspecto da celebração. Porém, estas procissões foram dotadas de indulgências pelos Papas Martinho V e Eugênio IV, e se fizeram bastante comuns a partir do século XIV.
A festa foi aceita em Cologne, em 1306; em Worms, adotaram-na em 1315; em Strasburg, em 1316. Na Inglaterra, foi introduzida da Bélgica entre 1320 e 1325. Nos Estados Unidos e nos outros países a solenidade era celebrada no domingo depois do domingo da Santíssima Trindade.
Na Igreja grega a festa de Corpus Christi é conhecida nos calendários dos sírios, armênios, coptos, melquitas e os rutínios da Galícia, Calábria e Sicília.
Finalmente, o Concílio de Trento declara que muito piedosa e religiosamente foi introduzido na Igreja de Deus o costume, e que em todos os anos, em determinado dia festivo, seja celebrado esse excelso e venerável sacramento com singular veneração e solenidade, e reverente e honorificamente seja levado em procissão pelas ruas e lugares públicos. Assim, os cristãos expressam sua gratidão e memória por tão inefável e verdadeiramente divino benefício, pelo qual se faz novamente presente a vitória e triunfo sobre a morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. 

Texto extraído do site http://www.catequisar.com.br/texto/materia/celebracoes/christi/13.htm



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